Esclarecimentos e conselhos úteis
Período Pós-Cirúrgico
Quase todos os amputados se sentem um tanto deprimidos imediatamente após a cirurgia, com exceção daqueles que sofreram dor intensa por determinado período antes da amputação. Esta depressão, normalmente, é logo substituída pelo desejo de retornar a uma vida ativa.
O curativo usado pelo cirurgião pode ser rígido, feito de gesso, ou macio, usando algodão comum e técnicas de enfaixamento.Quando é usado o curativo rígido, este é deixado no lugar durante 10 a 14 dias, prazo em que normalmente acontece a cicatização. Algumas vezes, um simples tubo de alumínio e um pé artificial são presos a um curativo rígido de tal modo que caminhar ou treinar marcha, podem até começar antes que o período de cicatrização esteja completo. Quando é usado o curativo macio, ataduras elásticas são usadas logo após a cirurgia para ajudar a circulação e evitar edemas (inchaços). As ataduras elásticas são removidas e recolocadas ao longo do dia. Além do tipo de curativo usado, exercícios orientados por profissionais especializados, são extremamente importantes para prevenir as contraturas musculares pois, quando isto acontece, impede o uso eficiente da prótese.
Preparativos para colocação da prótese
No geral, quanto mais cedo é colocada a prótese, melhor para o amputado.
Um dos problemas mais difíceis do amputado é o EDEMA ou inchaço do coto, devido ao acúmulo de fluídos. O EDEMA estará presente, até certo ponto, em todos os casos e isto faz com que a colocação da prótese seja difícil, mas certas medidas podem ser tomadas para reduzir a quantidade de EDEMA..
O uso de curativo rígido parece controlar o EDEMA, mas nem sempre o cirurgião opta por este tipo de curativo. Depois que o curativo rígido, ou macio, é removido e quando a prótese não está sendo usada, ataduras elásticas são utilizadas para impedir o desenvolvimento do EDEMA.
Pela média adulta, são usadas duas ou três ataduras elásticas de 10cm de largura. Durante a utilização, as ataduras devem ser esticadas cerca de 2/3 do limite de sua elasticidade, e a maior tensão deve ser em torno do final do coto.
O coto deve ser mantido atado o tempo todo, mas o enfaixamento deve ser refeito a cada quatro ou seis horas. O enfaixamento nunca deve ser mantido por mais de 12 horas sem renova-lo. Se dores latejantes ocorrerem, o enfaixamento deve ser removido e recolocado. O EDEMA ocorre rapidamente quando o coto é deixado sem enfaixamento, então é muito importante recoloca-lo sem demora.
Meias compressivas especiais apropriadas para uso, ao invés de ataduras elásticas, embora não consideradas por alguns, podem ser tão eficazes quanto uma atadura elástica bem colocada. A meia compressiva é melhor do que uma atadura mal colocada.
Se atadura elástica ou meia compressiva é usada, esta deve ser removida pelo menos 3 vezes ao dia e o coto deve ser massageado vigorosamente por 10 a 15 minutos. A atadura ou meia devem ser recolocadas imediatamente após a massagem.
Técnicas de Enfaixamento
Inicie com atadura pelo lado de dentro da coxa bem acima do joelho e desenrole-a de modo que esta seja colocada no sentido diagonal para baixo, pelo lado externo do coto, mantendo cerca de 2/3 da atadura esticada no máximo.
Leve a atadura sobre o final da parte interna do coto e diagonalmente suba para o lado exterior do mesmo.
Leve a atadura para o lado de trás e em volta do final do coto. Continue e suba até o ponto inícial no lado de dentro da coxa.
Leve a atadura diagonalmente por trás e em volta do final do coto. Continue a volta até o ponto inícial no lado de dentro da coxa e repita a sequência de modo que todo o coto seja coberto pelo rolo usado. O final da atadura é presa com clips especiais que acompanham as ataduras. É importante que a parte mais firme do enfaixamento seja o final do coto.
Se um rolo de atadura não for suficiente para o total enfaixamento do coto, utilize um segundo ou mais. O importante é que o coto esteja totalmente envolvido pela atadura elástica. Mais importante ainda é que a pressão da atadura elástica seja sempre maior na extremidade do coto e menor na parte próxima do mesmo.
Próteses Convencionais de Pé
Devido ao comprimento do coto após uma amputação parcial de pé, o uso de componentes pré-fabricados para este nível de amputação é limitado. Por este motivo, as próteses geralmente são fabricadas artesanalmente em material plástico.
O posicionamento correto do coto dentro da prótese praticamente determina o seu alinhamento estático.
Amputações parciais de LESFRANC ou CHOPART podem ser protetizados com um mobilizador (a), dependendo da forma e das condições do coto.
Cotos de CHOPART mal formados ou mal posicionados, assim como amputações parciais de PIROGOFF ou SYME, necessitam de um encaixe mais abrangente, possivelmente com um apoio na região do joelho (b)
Próteses Convencionais
Para a protetização de amputações abaixo do joelho, os melhores resultados são obtidos com as chamadas próteses curtas com contato total e suspensão supracondiliana (a).
Próteses com hastes laterais e coxal em couro (b) somente são indicadas em casos especiais (cotos curtos, lesões ligamentares), eventualmente com apoio na tuberosidade isquiática.
O encaixe pode ser confeccionado em madeira ou resina, com forração interna macia.
Encaixe externo, tornozelo e pé determinam o aspecto final da prótese.
Prótese de Banho
A prótese é totalmente confeccionada em resina.
O encaixe pode ter uma parte interna em polifórmio, e possui uma suspensão supracondiliana.
Os orifícios laterais permitem a entrada de água, reduzindo a força ascensional (flutuação).
Para este tipo de prótese, só podem ser utilizados pés não-articulados.
Próteses Modulares
Este tipo de prótese é indicado para a protetização abaixo do joelho, com exceção de cotos muito curtos.
A conexão do encaixe (com suspensão supracondiliana) com o pé é feita através de vários tipos de adaptadores.
O revestimento cosmético em espuma recebe um acabamento individual de acordo com a perna contralateral, dando um aspecto mais natural à prótese.