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sexta-feira, 2 de março de 2018

O que é Fascite Plantar, tratamento, sintomas, tem cura?

O que é fascite plantar?


A fascite plantar é uma inflamação na fáscia plantar, tecido que se estende na sola do pé ligando o calcanhar aos dedos. Trata-se de uma condição comum e dolorosa desencadeada pelo estresse e esforço excessivo na região.
A doença geralmente causa dor na sola do pé, desconforto ao caminhar ou correr e sensação de sensibilidade. A fascite plantar é uma das patologias mais comuns que atingem o pé e apresenta um empecilho ao paciente para realização de qualquer atividade que envolva movimentação.
O tratamento de fascite plantar é necessário para atingir a cura e não desencadear outras doenças semelhantes, como esporão de calcâneo.

Fascite plantar e o esporão de calcâneo

Por se apresentarem em regiões semelhantes, ambas doenças são frequentemente confundidas. No entanto, não são a mesma coisa. Enquanto a fascite plantar é a inflamação na sola do pé, o esporão de calcâneo é uma protuberância óssea que cresce na base do osso do calcâneo, perto do local onde a fáscia plantar se prende.
Os dois possuem causas similares, através de múltiplos traumas ou sobrecarga na região dos pés, porém se diferem no diagnóstico. Os testes realizados para fascite plantar englobam análise do histórico do paciente e procedimentos que provocam dor no local atingido pela inflamação. Já o esporão de calcâneo somente deve ser diagnosticado através de exames de imagem, pois sua presença pode ou não manifestar sintomas.
O esporão e a fascite plantar podem ocorrer separadamente ou em conjunto. A fáscia, após longos períodos de inflamação, pode causar o esporão. Já o contrário, somente 5% dos pacientes com esporão de calcâneo passam a apresentar quadros de dor e inflamação na sola do pé.

Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:

  1. O que é Fascite plantar?
  2. Causas
  3. Grupos de risco
  4. Sintomas
  5. Como é feito o diagnóstico da Fascite plantar?
  6. Fascite plantar tem cura? Qual o tratamento?
  7. Complicações
  8. Como prevenir a Fascite plantar?

Causas

A fáscia é um tecido fibroso que reveste os músculos de diversas partes do corpo e, no caso da fáscia plantar, tem como função principal amortecer o impacto enquanto os pés realizam movimentos sobre uma superfície. Quando há esforço, pressão e ações repetitivas em excesso, ocorre o estresse do tecido e, consequentemente, a inflamação denominada fascite plantar.
Normalmente, a doença ocorre só em um pé, mas pode ser bilateral. As causas da fascite plantar podem estar relacionadas com as seguintes situações:

Salto alto

Uso contínuo do salto alto costuma levar a diminuição da mobilidade do tendão de Aquiles. Ao encurtar esse músculo, que liga a panturrilha à região do tornozelo, favorece a fascite plantar.

Esportes

Esforço dos pés em treinos pesados e corridas de longa distância, principalmente em superfícies duras, como asfalto, pressionam as solas dos pés. Corredores são atingidos com frequência pela inflamação, por conta de não utilizarem calçados adequados para se exercitar ou pelo uso prolongado do mesmo tênis.

Alterações genéticas

Encurtamento da musculatura posterior da perna ou tensões em outras partes do corpo, como um desnivelamento de quadril, podem inflamar a fáscia plantar e gerar a doença.
Alterações genéticas nos pés, ou até mesmo possuir um padrão anormal de andar, pode afetar como o peso é distribuído pelo corpo quando se está em pé. Duas formas conhecidas de modificações no formato dos pés são:
  • Pé muito cavo: mais rígido e menos eficiente na absorção de impactos, o que ocasiona o encurtamento da fáscia;
  • Pé plano: comumente conhecido como pé chato. Também apresenta dificuldade em absorver impactos, gerando um contínuo estiramento da fáscia plantar.
Outros fatores que podem desencadear a doença:
  • Alguns antibióticos enfraquecem os tendões e podem causar a ruptura do tendão de Aquiles, como a ciprofloxacina (Cipro) ou Levofloxacina (Levaquin);
  • Estar com sobrepeso submete os pés a uma pressão maior;
  • Uso de calçados inadequados que não fornecem o suporte adequado para o arco do pé, como, por exemplo, calçados de sola plana;
  • Ser portador de certas doenças, como artrite reumatóide ou lúpus;
  • Condições traumáticas como entorses de tornozelos.

Grupos de risco

A fascite plantar é uma inflamação comum em homens e mulheres de meia-idade, entre os 40 e 60 anos, principalmente quando estão com sobrepeso. Outros grupos que correm o risco de contrair a doença:
  • Indivíduos que utilizam salto alto com frequência;
  • Obesos, em especial a população feminina;
  • Pacientes com alterações genéticas, como encurtamento da perna e pé plano ou cavo;
  • Atletas, principalmente corredores, saltadores, dançarinos e caminhantes;
  • Pessoas que necessitam permanecer muitas horas em pé durante o dia.

Sintomas da fascite plantar

Os sintomas de fascite plantar são os resultados do espessamento da fáscia, a presença de fibrose (aumento das fibras em um tecido) e calcificação do tecido. Por isso, as queixas mais comuns são:
  • Dor no calcanhar, sola do pé e tornozelo;
  • Dor ao caminhar nas pontas dos pés;
  • Sensação de queimação na sola do pé;
  • Sensibilidade ao apalpar a sola ou calcanhar inflamado;
  • Inchaço, rigidez, tensão e vermelhidão no pé.
A dor na sola do pé e calcanhar é intensa pela manhã ou após se levantar de longos períodos sentado, mas costuma aliviar conforme o indivíduo se movimenta. O portador da inflamação também pode sentir quadros de dor ao permanecer muito tempo em pé, subir escadas, utilizar saltos altos ou praticar atividades físicas, principalmente caminhadas e corridas.
Na maioria dos casos, a dor e sensibilidade nos pés permanecem durante o dia inteiro e aliviam após um período curto de repouso. Em situações mais graves, a dor se difunde até os dedos e tornozelo.

Como é feito o diagnóstico da fascite plantar?

O diagnóstico pode ser feito pelo ortopedista ou fisioterapeuta. Os exames são realizados a partir da análise dos sintomas do paciente e testes específicos que provocam dor no local atingido pela inflamação.

Exame físico

O profissional de saúde deve se concentrar em descobrir a causa da fascite plantar, assim iniciar com o paciente o tratamento adequado para regredir a inflamação e prevenir seu retorno.
É realizado uma investigação do histórico do paciente, avaliando as condições que fica exposto no ambiente de trabalho e ao realizar esportes. Também é necessário analisar o formato do arco do pé do indivíduo e se os sapatos que costumam utilizar estão adequados para as atividades que realizam.
Para excluir a possibilidade da dor ser causada por um distúrbio neurológico, o paciente deve andar na ponta dos pés e calcanhar para que os sintomas sejam avaliados. A localização exata da fascite plantar só pode ser determinada após a região ser apalpada e comprimida.
A partir desses pequenos testes, o médico também procura por sinais de rigidez para garantir que os sintomas não são causados por uma limitação articular.

Outros exames

Exames de imagem, como radiografia, não são capazes de identificar a fascite plantar, mas o médico especialista pode requisitar a realização de algum para descartar a presença das seguintes doenças:
  • Esporão ósseo;
  • Fraturas por estresse;
  • Artrite;
  • Síndrome do túnel tarsal (compressão do nervo tibial);
  • Síndrome de reiter (doença reumatológica);
  • Entorse do tornozelo.

Fascite plantar tem cura? Qual o tratamento?

Fascite plantar tem cura, mas o tratamento é lento, durando cerca de 1 ano à 18 meses, e depende do paciente realizá-lo corretamente para não esforçar mais a fáscia. Os métodos variam de procedimentos caseiros, utilização de remédios analgésicos ou anti-inflamatórios e fisioterapia.
O objetivo do tratamento é desinflamar a região na intenção de melhorar a circulação sanguínea e, se houver nódulos, desfazê-los dos tendões.

Tratamentos caseiros

O paciente deve ter acompanhamento médico, mas pode realizar alguns procedimentos na intenção de reduzir a dor e a inflamação, como:
  • Compressa de gelo: duas vezes ao dia, aplicar uma compressa de gelo durante 15 minutos na sola dos pés. Em situações que a doença se encontra em seu estágio avançado é recomendado aplicar até 5 ou 6 vezes ao dia;
  • Repouso: evitar realizar atividades que agravam a dor;
  • Massagens nos pés: para quadros intensos de dor, como os que os portadores enfrentam pela manhã, é aconselhável realizar massagens na sola dos pés utilizando um cilindro;
  • Calçados e palmilhas: evitar calçados desconfortáveis, duros e inadequados para o tamanhos dos seus pés. Utilizar também palmilhas ortopédicas indicadas pelo ortopedista ou fisioterapeuta, de preferência feitas sob medida.

Fisioterapia

  • Ondas de choque: nesse procedimento as ondas são direcionadas para área da dor do calcanhar na intenção de estimular a cicatrização. Geralmente é utilizado por fascite crônica que não responde a tratamentos mais conservadores;
  • Procedimento Tenex: procedimento pouco invasivo que remove o tecido danificado da fascite plantar sem precisar de cirurgia. Sob o guia do ultrassom, o médico insere uma agulha especial através da pele e atinge a parte inflamada do tendão. A agulha vibra rapidamente e logo tecido pode ser aspirado e removido;
  • Reflexologia: terapia que consiste na aplicação de pressão em determinados pontos reflexivos do pé, em busca de desequilíbrios de energia. O fisioterapeuta realiza uma massagem para estimular a área sensível, trazendo o benefício de reduzir a tensão, equilibrar a energia do corpo, melhorar a irrigação sanguínea e combater o estresse.

Alongamentos

Realizar alongamentos não cura a fascite plantar, porém auxilia no alívio dos sintomas temporariamente. O paciente não deve efetuar nenhum dos procedimentos a seguir sem antes se consultar com um médico especialista.
  • Para fortalecer a musculatura, puxar uma toalha com os dedos do pé fazendo 10 a 15 repetições, 3 a 4 vezes por dia;
  • Alongamento da planta do pé e da panturrilha, esticando a perna em uma superfície levemente inclinada durante 1 minuto. Realizar 3 séries de 15 repetições;
  • Puxar a ponta do pé com a mão e pressioná-lo contra a parede, por 30 segundos.
  • Flexão dos dedos com rolamento do pé sob uma bola de tênis. O movimento ajuda a diminuir a tensão na fáscia plantar, consequentemente a dor. Realizar 10 a 15 minutos duas vezes ao dia;
  • Se inclinar contra uma parede com um joelho reto, o outro dobrado e o calcanhar no chão. O pé e o calcanhar se alongam de acordo que o corpo é inclinado. O paciente deve manter a posição por 10 segundos antes de relaxar, repetindo outras 20 vezes;
  • Se inclinar e se apoiar em uma bancada, separando os pés um de frente pro outro. Flexionar os joelhos e se abaixar, mantendo os calcanhares fixos no chão. A cada descida de 10 segundos os calcanhares e a sola do pé vão se esticar. Repita 20 vezes.

Órteses

Para imobilizar e auxiliar no alongamento da fáscia é indicado utilizar tornozeleiras no período diurno e talas no período noturno. No entanto, imobilização raramente é a melhor saída. Reeducação da atividade física, uso de palmilhas e exercícios específicos são indicados como soluções mais eficazes.

Acupuntura

A aplicação da acupuntura atinge a dor e a inflamação, e, quando associada à outras formas de reabilitação, auxilia na redução da sobrecarga nos pés (combinado com o uso de palmilhas) e na restauração de força e flexibilidade (combinado com a prática de exercícios).

Injeção

Em poucos casos, pode ser realizado a infiltração com corticosteróide, método evitado devido a possibilidade de problemas futuros, como a ruptura da fáscia. A aplicação da injeção pode fornecer alívios temporários para dor.
Alguns estudos também têm demonstrado benefícios com injeção de botox. A toxina botulínica é injetada na fáscia plantar para provocar a paralisia do nervo, o que gera reduções temporárias na dor, resposta semelhante do uso de corticoides. Não há garantia do efeito durar a longo prazo, pois as aplicações não oferecem a cura da lesão.

Cirurgia

Normalmente, o tratamento recomendado para fáscia plantar é exclusivamente conservador, no entanto, a fasciotomia plantar parcial é indicada após a falha de qualquer outro método durante 12 meses de tentativa ou após a ruptura da fáscia.
A fasciotomia plantar tem como objetivo aliviar a pressão da região da fáscia, mas não garante que ocorrerá melhora dos sintomas. O procedimento libera parcialmente a fáscia plantar, mas há o risco de acontecer a liberação total e desencadear problemas, como pé chato adulto adquirido.

Medicamentos para fascite plantar

Para alívio da dor, os profissionais de saúde costumam prescrever anti-inflamatórios não-esteroidais que devem ser tomados aliados a outras terapias.
Os medicamentos geralmente indicados para o tratamento de fascite plantar são:
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Complicações

Se a fascite plantar não for tratada corretamente e o tecido continuar a sofrer esforços excessivos, a fáscia pode entrar em processo de degeneração tornando a dor crônica, sucessivamente favorecendo o aparecimento do esporão de calcâneo, uma protuberância óssea que cresce na sola do pé.
Caso o paciente modifique sua forma de andar para minimizar a dor, pode resultar em problemas nos pés, joelhos, quadril ou costas.

Como prevenir a fascite plantar?

A fascite plantar é uma doença fácil de se prevenir, basta dar atenção às necessidades dos pés e evitar aplicar esforço excessivo nas solas. As recomendações que podem ser seguidas para prevenir a inflamação são:
  • Corrigir alterações nos pés, como pé chato, cavo ou hiperpronação;
  • Realizar alongamentos antes e depois de exercícios físicos, para fortalecimento das estruturas do pé e tornozelo. A prática de atividades físicas deve ser moderada, com acompanhamento profissional, alternando entre exercícios que exijam maior esforço dos pés com atividades que os relaxem;
  • Caso o paciente esteja acima do peso, o ideal é a realização de reeducação alimentar para redução de alguns quilos;
  • Evitar caminhar descalço ou com calçados sem proteção e amortecimento adequado para a sola dos pés;
  • Não permanecer de pé parado durante muito tempo, principalmente em cima de calçados de salto alto;
  • Atividades como correr e pular não devem ser realizadas em pisos rígidos, pois desfavorece o amortecimento do impacto.

A fascite plantar é uma inflamação comum que apresenta dificuldade para realização de qualquer atividade que envolva os pés. Apesar do tratamento ser simples, caso negligenciado pode acarretar diversas complicações, além do esporão de calcâneo.
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Referências
https://minutosaudavel.com.br/o-que-e-fascite-plantar-tratamento-sintomas-tem-cura/
https://melhorcomsaude.com/como-aliviar-fascite-plantar/ 
https://www.tuasaude.com/fascite-plantar/ 
http://www.reumatousp.med.br/para-pacientes.php?id=8025663&idSecao=18294311 
http://fisioterapia.com/fascite-plantar-causas-e-tratamento/ 
http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-no-pe/fascite-plantar/ 
http://www.pessemdor.com.br/dores/diagnostico-de-dores/fascite-plantar/ 
http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/plantar-fasciitis/manage/ptc-20268574
http://www.webmd.boots.com/foot-care/plantar-fasciitis-symptoms-diagnosis-treatment?page=2 
http://www.aofas.org/footcaremd/conditions/ailments-of-the-heel/Pages/Plantar-Fasciitis.aspx

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

BLOQUEIO DE RAMO ESQUERDO (BRE)

O BLOQUEIO DE RAMO ESQUERDO (BRE) COM DESVIO DO EIXO DO QRS NO PLANO FRONTAL

O eixo elétrico do QRS no plano frontal é variável no bloqueio de ramo esquerdo: pode ser normal, desviado para esquerda, ou raramente, desviado para a direita.
O desvio do eixo elétrico no plano frontal (AQRS entre -30 e -90°) na presença de BRE tem sido atribuído a um comprometimento mais difuso do sistema de condução.
O BRE com desvio do eixo para a direita (ÂQRS entre + 90º e ± 180º) é raramente observado e tem a cardiomiopatia com dilatação biventricular (sobrecarga biventricular) como causa principal.
As Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos (2009) cita como critério para diagnosticar bloqueio de ramo esquerdo, entre outros, a presença de eixo elétrico do QRS entre -30° e + 60°, no plano frontal.
Este critério tem sido citado por alguns em nosso meio (como a própria Diretriz da SBC citada), porém não faz parte dos critérios de BRE citados pelas publicações internacionais, tais como os tratados de Cardiologia de Braunwald e o livro-texto de Medicina Cardiovascular de Eric Topol, bem como outras fontes importantes como livros de Eletrocardiografia (Marriott, Bayes de Luna) e o Uptodate. As Recomendações da AHA (2009) assim caracterizam o BRE completo:
1.     QRS com duração maior ou igual a 120 ms em adultos.
2.     Onda R alargada, com espastamento ou entalhes, em I, aVL, V5 e V6, com um ocasional padrão RS em V5 e V6.
3.     Ausência de onda q em I, V5 e V6.
4.     Tempo de pico da onda R maior de 60 ms em V5 e V6.
5.     Alterações de ST/T usualmente com direção opostas ao QRS.
Os autores das recomendações da AHA pontuam: a aparência de BRE pode alterar o eixo médio do QRS no plano frontal para a direita, para a esquerda, ou superiormente, em alguns casos dependente da frequência cardíaca.
O BRE com desvio do eixo para a esquerda é comum, com prevalência de cerca de 50% em pacientes com insuficiência cardíaca com FE reduzida. Em estudo que realizamos com 50 pacientes com insuficiência cardíaca avançada e BRE, o desvio do eixo para a esquerda esteve presente em 26 pacientes.
Alguns consideram a associação de bloqueio fascicular anterior (bloqueio visional anterossuperior esquerdo-BDASE) como fator determinante para o desvio do eixo para a esquerda, o que pode ocorrer quando há bloqueio proximal (troncular) do sistema de condução associado a bloqueio fascicular anterior esquerdo. Porém, o desvio do eixo visto no BRE nem sempre tem como causa o bloqueio fascicular anterior esquerdo associado. Este provavelmente é uma das várias causas. O desvio do eixo pode ser causado pela hipertrofia e dilatação ventricular  esquerda ou ser uma característica do BRE completo por si. Algumas vezes, o desvio para a esquerda surge após estímulos atriais prematuros ou ectopias atriais, com alargamento adicional do QRS e desvio do eixo para a esquerda. Uma explicação é que o estímulo prematuro aumenta o grau de bloqueio do ramo esquerdo (antes incompleto e que se torna completo), assim o estímulo é conduzido inicialmente somente pelo ramo direito e resulta em um padrão de ativação ventricular similar aquele provocada por marca-passo na região apical do ventrículo direito, no qual o eixo é para cima (negativo nas derivações inferiores).
Uma nova definição BRE, chamado BRE estrito, foi apresentado há poucos anos: QRS con duração ≥ 140 ms para homens e 130 ms para mulheres, complexo QS ou rS em V1e V2 e presença de QRS entalhes ou empastamento, em 2 ou mais derivações contíguas.
Também, os estudos de séries de pacientes com BRE não excluem os pacientes com desvio do eixo, ou seja, não há menção a este critério do eixo no plano frontal entre 30° e + 60°. Pelo contrário, o desvio do eixo para esquerda tem sido muito comum nos estudos de pacientes com BRE. Há inclusive séries que incluem somente pacientes com BRE e desvio do eixo.
Portanto, este é um critério que não tem justificativa para ser mantido. A presença de desvio do eixo do QRS não é critério para deixar de diagnosticar BRE em um traçado, que apresenta as características citadas acima.

ECG com BRE com desvio do eixo para esquerda. O desvio do eixo para a esquerda é comum no BRE.

ECG de paciente com cardiomiopatia dilatada. Ritmo sinusal, BRE, extrassistolia ventricular, QRS com duração de cerca de 200 ms e eixo do QRS no plano frontal de aproximadamente +70 graus.

fonte: http://tracadosdeecg.blogspot.com.br

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

DSTS – Doenças Sexualmente Transmissíveis

As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são aquelas que podem ser adquiridas durante o contato sexual.


O não uso da camisinha é a principal causa do contágio.
As doenças mais conhecidas são:
Gonorreia – Infecção causad
a por bactéria. Na mulher, tem aspecto clínico variado, desde formas quase sem sintomas até vários tipos de corrimento amarelados e com odor forte na vagina (vaginite) e uretra.
Sífilis – É uma infecção causada por bactéria. No homem e na mulher, 20 a 30 dias após o contato sexual, surge uma pequena ferida (úlcera) em um dos órgãos genitais (pênis, vagina, colo do útero, reto).
Cancro mole ou bubão – É causado pela bactéria Haemophilus ducrey. Nesse caso, surgem várias feridas nos genitais (que são doloridas) e na virilha. A secreção dessas feridas pode contaminar diretamente, sem ter relações sexuais, outras pessoas e outras partes do corpo.
Tricomoníase – É causada pelo protozoário Trycomona vaginalis. Na mulher causa corrimento amarelo, fétido, com cheiro típico, que pode causar irritação urinária. Não há sintomas em homens.
Herpes genital – É causado por vírus. Em ambos os sexos surgem pequenas bolhas que se rompem e causam ardência ou queimação, e cicatrizam sozinhas. O contágio sexual só ocorre quando as bolhas estão no pênis, vagina ou boca.
Condiloma acuminado ou crista de galo – É causado pelo HPV, uma virose que está relacionada ao câncer de colo do útero e ao câncer do pênis. Inicialmente, é caracterizado por uma pequena verruga nos órgãos genitais tanto do homem como da mulher. O tratamento deve ser realizado em conjunto pelo casal.
Candidíase – É a infecção causada pelo fungo Candida albicans, que produz corrimento semelhante a leite coalhado e causa muita coceira e afeta 20 a 30% das mulheres jovens e adultas. No homem dá coceira no pênis, vermelhidão na glande e no prepúcio. Deve-se tratar o casal. Pode não ser uma doença adquirida por transmissão sexual.
Clamídia – É considerada atualmente a doença sexualmente transmissível de maior incidência no mundo, podendo atingir homens e mulheres em qualquer fase de suas vidas, desde que nasçam de mães contaminadas ou durante o contato sexual. Nas mulheres, a porta de entrada é o colo uterino. O sintoma, quando ocorre, é um discreto corrimento.
Um diagnóstico confiável das doenças sexualmente transmissíveis (DST) somente pode ser feito depois da realização de exames específicos. O diagnóstico precoce de qualquer doença pode fazer a diferença no tratamento. Assim, não se esqueça de manter a regularidade das consultas em dia.
Fonte:
Ministério da Saúde. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis DST. Série Manuais, nº68. Brasília, 4ª edição. 2006. Disponível em: < bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_controle_das_dst.pdf‎>. Acesso em: 10 de jun. 2013.
Pensando nisso, o LABCEN disponibiliza diferentes categorias de exames que investigam as principais DSTs.
EXAMEPESQUISA
HPV Detecção e GenotipagemHPV PAPILOMA
DST BásicoChlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae.
DST PlusChlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Mycoplasma genitalium Ureaplasma urealyticum.
DST AmpliadoChlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Mycoplasma genitalium, Ureaplasma urealyticum, Herpes simples I e II eTrichomonas vaginalis.
DST CompletoChlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Mycoplasma genitalium, Ureaplasma urealyticum, Herpes simples I e II, Trichomonas vaginalis e HPV Detecção e Gonotipagem.
DST Mycoplasma e UreaplasmaMycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum.

fonte: http://labcen.com.br/dst-proteja-sua-vida/

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Febre amarela, sintomas, transmissão e prevenção


Sintomas
febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.
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Transmissão
febre amarela ocorre nas Américas do Sul e Central, além de em alguns países da África e é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Sua manifestação é idêntica em ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos — a diferença está apenas nos transmissores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus e do gênero Sabethes. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue). A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. O macaco não transmite a doença para os humanos, assim como uma pessoa não transmite a doença para outra. A transmissão se dá somente pelo mosquito. Os macacos ajudam a identificar as regiões onde estão acontecendo a circulação do vírus. Com estes dados, o governo distribui estrategicamente as vacinas no território nacional.
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Prevenção
Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação. Os mosquitos criam-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente como caixas d'água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, de onde nascerão larvas que, após desenvolverem-se na água, se tornarão novos mosquitos. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados. Para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se fazer a aplicação de inseticida através do "fumacê”. Além disso, devem ser tomadas medidas de proteção individual, como a vacinação contra a febre amarela, especialmente para aqueles que moram ou vão viajar para áreas com indícios da doença. Outras medidas preventivas são o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.
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A população de e São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia receberá a dose fracionada da vacina de febre amarela. A meta é vacinar 95% de 19,7 milhões. O objetivo é evitar a circulação e expansão do vírus. A dose padrão da vacina continuará sendo administrada em alguns grupos conforme a tabela abaixo.

Faça o download do guia sobre febre amarela: clique aqui








quinta-feira, 9 de março de 2017

Hemodinâmica o mundo.

Boa noite pessoal, vocês conhecem os serviços de hemodinâmica?

Hemodinâmica é o capítulo da Fisiologia que estuda a circulação do sangue. Para termos uma ideia, é o equivalente da hidrodinâmica se o líquido fosse água e não sangue.
A hemodinâmica, estudada em fisiologia, é estudada de uma maneira mais aprofundada na especialidade de cardiologia. Pode ser separada em dois grandes capítulos:

Hemodinâmica venosa

A hemodinâmica venosa é mais complexa pois não há uma bomba a criar um gradiente de energético para assegurar um fluxo sanguíneo. Assim o sistema venoso, sobretudo dos membros inferiores, está sujeito não só à energia hidrostática mas também à força da gravidade que favorecem a estase nas regiões de declive.
Sendo a função do sistema venoso a drenagem do sangue venoso em direção centrípeta (para o coração), devemos salientar que ela se faz de baixo para cima e da superfície para a profundidade. O sangue venoso flui, portanto, das veias superficiais para as profundas, através das veias perfurantes e das crossas das veias safenas, estas recebendo todas as colaterais numa organização e hierarquia que se assemelha muito ao que conhecemos dos rios. Há duas excepções em que o sangue drena da profundidade para a superfície, a saber:
1 - a drenagem da planta do pé que, em posição de pé, drena da palmilha para o dorso do pé
2- as colaterais da crossa da safena interna que drenam do abdómen para a esta safena

As redes venosas principais estão organizadas: (N) da palavra inglesa "Network"

N1 Sistema venoso profundo, situado em profundidade em relação à fascia profunda. Também é chamado de compartimento AC1
N2 Safenas interna (magna) e externa (parva), veia anterior da coxa ( ou veia acessória anterior) e veia de Giacomini, Situadas entre as fascias superficial e profunda, ou compartimento AC2
N3 ou compartimento AC3, superficial à fascia, constituído pelas colaterais das safenas
N4, usado sobretudo na terminologia CHIVA e importante para a cartografia e estratégia cirúrgica por esta técnica, é constituído por veias superficiais à fascia mas que unem entre si duas veias da rede N3.

Hemodinâmica cardíaca 

Cardiologia Intervencionista é um conjunto de procedimentos intervencionista cirúrgicos para estudar a hemodinâmica cardíaca e arterial com a finalidade de efectuar um diagnóstico e tratamento de cardiopatias e arteriopatias. No entanto podemos ter uma avaliação hemodinâmica com exames não invasivos como o ecodoppler e a cintilografia miocárdica, se bem que os resultados sejam menos precisos. O ecodoppler venoso é um exemplo de um exame não invasivo para estudar a hemodinâmica venosa e não há exame invasivo que o possa subtituir (a flebografia é obsoleta e a pletismografia gasosa é usada para fins de investigação científica).
Cardiologia Intervencionista utiliza o cateterismo, prática que introduz finos cateteres nas artérias , possibilitando assim o diagnóstico pela medição de pressões e gradientes de pressão e por introdução de contraste radiológico. Possibilita também tratar estenoses das válvulas cardíacas, isquemias coronárias pela desobstrução mecânica do vaso (angioplastia) bem como a introdução de próteses (stent) que impeçam a reestenose e mesmo o tratamento não cirúrgico de alguns aneurismas da aorta.