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sexta-feira, 2 de março de 2018

O que é Fascite Plantar, tratamento, sintomas, tem cura?

O que é fascite plantar?


A fascite plantar é uma inflamação na fáscia plantar, tecido que se estende na sola do pé ligando o calcanhar aos dedos. Trata-se de uma condição comum e dolorosa desencadeada pelo estresse e esforço excessivo na região.
A doença geralmente causa dor na sola do pé, desconforto ao caminhar ou correr e sensação de sensibilidade. A fascite plantar é uma das patologias mais comuns que atingem o pé e apresenta um empecilho ao paciente para realização de qualquer atividade que envolva movimentação.
O tratamento de fascite plantar é necessário para atingir a cura e não desencadear outras doenças semelhantes, como esporão de calcâneo.

Fascite plantar e o esporão de calcâneo

Por se apresentarem em regiões semelhantes, ambas doenças são frequentemente confundidas. No entanto, não são a mesma coisa. Enquanto a fascite plantar é a inflamação na sola do pé, o esporão de calcâneo é uma protuberância óssea que cresce na base do osso do calcâneo, perto do local onde a fáscia plantar se prende.
Os dois possuem causas similares, através de múltiplos traumas ou sobrecarga na região dos pés, porém se diferem no diagnóstico. Os testes realizados para fascite plantar englobam análise do histórico do paciente e procedimentos que provocam dor no local atingido pela inflamação. Já o esporão de calcâneo somente deve ser diagnosticado através de exames de imagem, pois sua presença pode ou não manifestar sintomas.
O esporão e a fascite plantar podem ocorrer separadamente ou em conjunto. A fáscia, após longos períodos de inflamação, pode causar o esporão. Já o contrário, somente 5% dos pacientes com esporão de calcâneo passam a apresentar quadros de dor e inflamação na sola do pé.

Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:

  1. O que é Fascite plantar?
  2. Causas
  3. Grupos de risco
  4. Sintomas
  5. Como é feito o diagnóstico da Fascite plantar?
  6. Fascite plantar tem cura? Qual o tratamento?
  7. Complicações
  8. Como prevenir a Fascite plantar?

Causas

A fáscia é um tecido fibroso que reveste os músculos de diversas partes do corpo e, no caso da fáscia plantar, tem como função principal amortecer o impacto enquanto os pés realizam movimentos sobre uma superfície. Quando há esforço, pressão e ações repetitivas em excesso, ocorre o estresse do tecido e, consequentemente, a inflamação denominada fascite plantar.
Normalmente, a doença ocorre só em um pé, mas pode ser bilateral. As causas da fascite plantar podem estar relacionadas com as seguintes situações:

Salto alto

Uso contínuo do salto alto costuma levar a diminuição da mobilidade do tendão de Aquiles. Ao encurtar esse músculo, que liga a panturrilha à região do tornozelo, favorece a fascite plantar.

Esportes

Esforço dos pés em treinos pesados e corridas de longa distância, principalmente em superfícies duras, como asfalto, pressionam as solas dos pés. Corredores são atingidos com frequência pela inflamação, por conta de não utilizarem calçados adequados para se exercitar ou pelo uso prolongado do mesmo tênis.

Alterações genéticas

Encurtamento da musculatura posterior da perna ou tensões em outras partes do corpo, como um desnivelamento de quadril, podem inflamar a fáscia plantar e gerar a doença.
Alterações genéticas nos pés, ou até mesmo possuir um padrão anormal de andar, pode afetar como o peso é distribuído pelo corpo quando se está em pé. Duas formas conhecidas de modificações no formato dos pés são:
  • Pé muito cavo: mais rígido e menos eficiente na absorção de impactos, o que ocasiona o encurtamento da fáscia;
  • Pé plano: comumente conhecido como pé chato. Também apresenta dificuldade em absorver impactos, gerando um contínuo estiramento da fáscia plantar.
Outros fatores que podem desencadear a doença:
  • Alguns antibióticos enfraquecem os tendões e podem causar a ruptura do tendão de Aquiles, como a ciprofloxacina (Cipro) ou Levofloxacina (Levaquin);
  • Estar com sobrepeso submete os pés a uma pressão maior;
  • Uso de calçados inadequados que não fornecem o suporte adequado para o arco do pé, como, por exemplo, calçados de sola plana;
  • Ser portador de certas doenças, como artrite reumatóide ou lúpus;
  • Condições traumáticas como entorses de tornozelos.

Grupos de risco

A fascite plantar é uma inflamação comum em homens e mulheres de meia-idade, entre os 40 e 60 anos, principalmente quando estão com sobrepeso. Outros grupos que correm o risco de contrair a doença:
  • Indivíduos que utilizam salto alto com frequência;
  • Obesos, em especial a população feminina;
  • Pacientes com alterações genéticas, como encurtamento da perna e pé plano ou cavo;
  • Atletas, principalmente corredores, saltadores, dançarinos e caminhantes;
  • Pessoas que necessitam permanecer muitas horas em pé durante o dia.

Sintomas da fascite plantar

Os sintomas de fascite plantar são os resultados do espessamento da fáscia, a presença de fibrose (aumento das fibras em um tecido) e calcificação do tecido. Por isso, as queixas mais comuns são:
  • Dor no calcanhar, sola do pé e tornozelo;
  • Dor ao caminhar nas pontas dos pés;
  • Sensação de queimação na sola do pé;
  • Sensibilidade ao apalpar a sola ou calcanhar inflamado;
  • Inchaço, rigidez, tensão e vermelhidão no pé.
A dor na sola do pé e calcanhar é intensa pela manhã ou após se levantar de longos períodos sentado, mas costuma aliviar conforme o indivíduo se movimenta. O portador da inflamação também pode sentir quadros de dor ao permanecer muito tempo em pé, subir escadas, utilizar saltos altos ou praticar atividades físicas, principalmente caminhadas e corridas.
Na maioria dos casos, a dor e sensibilidade nos pés permanecem durante o dia inteiro e aliviam após um período curto de repouso. Em situações mais graves, a dor se difunde até os dedos e tornozelo.

Como é feito o diagnóstico da fascite plantar?

O diagnóstico pode ser feito pelo ortopedista ou fisioterapeuta. Os exames são realizados a partir da análise dos sintomas do paciente e testes específicos que provocam dor no local atingido pela inflamação.

Exame físico

O profissional de saúde deve se concentrar em descobrir a causa da fascite plantar, assim iniciar com o paciente o tratamento adequado para regredir a inflamação e prevenir seu retorno.
É realizado uma investigação do histórico do paciente, avaliando as condições que fica exposto no ambiente de trabalho e ao realizar esportes. Também é necessário analisar o formato do arco do pé do indivíduo e se os sapatos que costumam utilizar estão adequados para as atividades que realizam.
Para excluir a possibilidade da dor ser causada por um distúrbio neurológico, o paciente deve andar na ponta dos pés e calcanhar para que os sintomas sejam avaliados. A localização exata da fascite plantar só pode ser determinada após a região ser apalpada e comprimida.
A partir desses pequenos testes, o médico também procura por sinais de rigidez para garantir que os sintomas não são causados por uma limitação articular.

Outros exames

Exames de imagem, como radiografia, não são capazes de identificar a fascite plantar, mas o médico especialista pode requisitar a realização de algum para descartar a presença das seguintes doenças:
  • Esporão ósseo;
  • Fraturas por estresse;
  • Artrite;
  • Síndrome do túnel tarsal (compressão do nervo tibial);
  • Síndrome de reiter (doença reumatológica);
  • Entorse do tornozelo.

Fascite plantar tem cura? Qual o tratamento?

Fascite plantar tem cura, mas o tratamento é lento, durando cerca de 1 ano à 18 meses, e depende do paciente realizá-lo corretamente para não esforçar mais a fáscia. Os métodos variam de procedimentos caseiros, utilização de remédios analgésicos ou anti-inflamatórios e fisioterapia.
O objetivo do tratamento é desinflamar a região na intenção de melhorar a circulação sanguínea e, se houver nódulos, desfazê-los dos tendões.

Tratamentos caseiros

O paciente deve ter acompanhamento médico, mas pode realizar alguns procedimentos na intenção de reduzir a dor e a inflamação, como:
  • Compressa de gelo: duas vezes ao dia, aplicar uma compressa de gelo durante 15 minutos na sola dos pés. Em situações que a doença se encontra em seu estágio avançado é recomendado aplicar até 5 ou 6 vezes ao dia;
  • Repouso: evitar realizar atividades que agravam a dor;
  • Massagens nos pés: para quadros intensos de dor, como os que os portadores enfrentam pela manhã, é aconselhável realizar massagens na sola dos pés utilizando um cilindro;
  • Calçados e palmilhas: evitar calçados desconfortáveis, duros e inadequados para o tamanhos dos seus pés. Utilizar também palmilhas ortopédicas indicadas pelo ortopedista ou fisioterapeuta, de preferência feitas sob medida.

Fisioterapia

  • Ondas de choque: nesse procedimento as ondas são direcionadas para área da dor do calcanhar na intenção de estimular a cicatrização. Geralmente é utilizado por fascite crônica que não responde a tratamentos mais conservadores;
  • Procedimento Tenex: procedimento pouco invasivo que remove o tecido danificado da fascite plantar sem precisar de cirurgia. Sob o guia do ultrassom, o médico insere uma agulha especial através da pele e atinge a parte inflamada do tendão. A agulha vibra rapidamente e logo tecido pode ser aspirado e removido;
  • Reflexologia: terapia que consiste na aplicação de pressão em determinados pontos reflexivos do pé, em busca de desequilíbrios de energia. O fisioterapeuta realiza uma massagem para estimular a área sensível, trazendo o benefício de reduzir a tensão, equilibrar a energia do corpo, melhorar a irrigação sanguínea e combater o estresse.

Alongamentos

Realizar alongamentos não cura a fascite plantar, porém auxilia no alívio dos sintomas temporariamente. O paciente não deve efetuar nenhum dos procedimentos a seguir sem antes se consultar com um médico especialista.
  • Para fortalecer a musculatura, puxar uma toalha com os dedos do pé fazendo 10 a 15 repetições, 3 a 4 vezes por dia;
  • Alongamento da planta do pé e da panturrilha, esticando a perna em uma superfície levemente inclinada durante 1 minuto. Realizar 3 séries de 15 repetições;
  • Puxar a ponta do pé com a mão e pressioná-lo contra a parede, por 30 segundos.
  • Flexão dos dedos com rolamento do pé sob uma bola de tênis. O movimento ajuda a diminuir a tensão na fáscia plantar, consequentemente a dor. Realizar 10 a 15 minutos duas vezes ao dia;
  • Se inclinar contra uma parede com um joelho reto, o outro dobrado e o calcanhar no chão. O pé e o calcanhar se alongam de acordo que o corpo é inclinado. O paciente deve manter a posição por 10 segundos antes de relaxar, repetindo outras 20 vezes;
  • Se inclinar e se apoiar em uma bancada, separando os pés um de frente pro outro. Flexionar os joelhos e se abaixar, mantendo os calcanhares fixos no chão. A cada descida de 10 segundos os calcanhares e a sola do pé vão se esticar. Repita 20 vezes.

Órteses

Para imobilizar e auxiliar no alongamento da fáscia é indicado utilizar tornozeleiras no período diurno e talas no período noturno. No entanto, imobilização raramente é a melhor saída. Reeducação da atividade física, uso de palmilhas e exercícios específicos são indicados como soluções mais eficazes.

Acupuntura

A aplicação da acupuntura atinge a dor e a inflamação, e, quando associada à outras formas de reabilitação, auxilia na redução da sobrecarga nos pés (combinado com o uso de palmilhas) e na restauração de força e flexibilidade (combinado com a prática de exercícios).

Injeção

Em poucos casos, pode ser realizado a infiltração com corticosteróide, método evitado devido a possibilidade de problemas futuros, como a ruptura da fáscia. A aplicação da injeção pode fornecer alívios temporários para dor.
Alguns estudos também têm demonstrado benefícios com injeção de botox. A toxina botulínica é injetada na fáscia plantar para provocar a paralisia do nervo, o que gera reduções temporárias na dor, resposta semelhante do uso de corticoides. Não há garantia do efeito durar a longo prazo, pois as aplicações não oferecem a cura da lesão.

Cirurgia

Normalmente, o tratamento recomendado para fáscia plantar é exclusivamente conservador, no entanto, a fasciotomia plantar parcial é indicada após a falha de qualquer outro método durante 12 meses de tentativa ou após a ruptura da fáscia.
A fasciotomia plantar tem como objetivo aliviar a pressão da região da fáscia, mas não garante que ocorrerá melhora dos sintomas. O procedimento libera parcialmente a fáscia plantar, mas há o risco de acontecer a liberação total e desencadear problemas, como pé chato adulto adquirido.

Medicamentos para fascite plantar

Para alívio da dor, os profissionais de saúde costumam prescrever anti-inflamatórios não-esteroidais que devem ser tomados aliados a outras terapias.
Os medicamentos geralmente indicados para o tratamento de fascite plantar são:
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Complicações

Se a fascite plantar não for tratada corretamente e o tecido continuar a sofrer esforços excessivos, a fáscia pode entrar em processo de degeneração tornando a dor crônica, sucessivamente favorecendo o aparecimento do esporão de calcâneo, uma protuberância óssea que cresce na sola do pé.
Caso o paciente modifique sua forma de andar para minimizar a dor, pode resultar em problemas nos pés, joelhos, quadril ou costas.

Como prevenir a fascite plantar?

A fascite plantar é uma doença fácil de se prevenir, basta dar atenção às necessidades dos pés e evitar aplicar esforço excessivo nas solas. As recomendações que podem ser seguidas para prevenir a inflamação são:
  • Corrigir alterações nos pés, como pé chato, cavo ou hiperpronação;
  • Realizar alongamentos antes e depois de exercícios físicos, para fortalecimento das estruturas do pé e tornozelo. A prática de atividades físicas deve ser moderada, com acompanhamento profissional, alternando entre exercícios que exijam maior esforço dos pés com atividades que os relaxem;
  • Caso o paciente esteja acima do peso, o ideal é a realização de reeducação alimentar para redução de alguns quilos;
  • Evitar caminhar descalço ou com calçados sem proteção e amortecimento adequado para a sola dos pés;
  • Não permanecer de pé parado durante muito tempo, principalmente em cima de calçados de salto alto;
  • Atividades como correr e pular não devem ser realizadas em pisos rígidos, pois desfavorece o amortecimento do impacto.

A fascite plantar é uma inflamação comum que apresenta dificuldade para realização de qualquer atividade que envolva os pés. Apesar do tratamento ser simples, caso negligenciado pode acarretar diversas complicações, além do esporão de calcâneo.
Para que seus amigos e familiares também saibam prevenir a doença, compartilhe esse artigo!
Referências
https://minutosaudavel.com.br/o-que-e-fascite-plantar-tratamento-sintomas-tem-cura/
https://melhorcomsaude.com/como-aliviar-fascite-plantar/ 
https://www.tuasaude.com/fascite-plantar/ 
http://www.reumatousp.med.br/para-pacientes.php?id=8025663&idSecao=18294311 
http://fisioterapia.com/fascite-plantar-causas-e-tratamento/ 
http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-no-pe/fascite-plantar/ 
http://www.pessemdor.com.br/dores/diagnostico-de-dores/fascite-plantar/ 
http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/plantar-fasciitis/manage/ptc-20268574
http://www.webmd.boots.com/foot-care/plantar-fasciitis-symptoms-diagnosis-treatment?page=2 
http://www.aofas.org/footcaremd/conditions/ailments-of-the-heel/Pages/Plantar-Fasciitis.aspx

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